Depois de Cingapura, que é a Ásia light, podemos realmente dizer que chegamos ao continente desconhecido. Desconhecido para nós que estamos pela primeira vez aqui, mas casa de mais de 60% da população mundial. Ou seja, estamos onde a maioria das pessoas do mundo está. Logo dá para confirmar o óbvio de que os conceitos de “longe”, “exótico” e “diferente” são completamente relativos.
Trocadilho infame à parte, nada melhor que começar pela malÁSIA. E nesse post vou falar um pouco de sua capital. Confesso que Kuala Lumpur sempre me chamou atenção pelo nome. A wikipedia diz que Kuala Lumpur quer dizer “entre rios barrentos” (a cidade fica na confluência dos rios Gombak e Klang). Muito antes de conhecer a mesma, o que mais me atraiu na cidade é que você enche a boca para falar Kuala Lumpur. É um nome duplo, bonito, sonoro e fácil de pronunciar (tá bom já sei que vem a piadinha de dizer que qualquer cidade que começa com KU não deve ser grande coisa…). Está na Ásia, mas para mim, tem uma sonoridade africana. Uma mistura só, o que é uma grande verdade, como comentarei a seguir.
Só tem um detalhe, ninguém se refere à cidade como Kuala Lumpur e sim como KL (kay el) em inglês mesmo. Uma pena, pois o nome Kuala Lumpur é muito mais bonito.
Vamos agora falar mais de Kuala Lumpur, a exótica capital da Malásia.
O país tem como religião oficial o Islamismo, daí mulheres de cabeça coberta estão por toda parte. E é engraçado como você acaba se acostumando com isso. Devido ao ano novo chinês, o nosso hotel estava lotado de chineses (ou descendentes de) e em um determinado café da manhã, notamos que não havia nenhuma mulher com a cabeça coberta. Por incrível que pareça, este fato nos chamou a atenção. Tinha algo de estranho todas as mulheres estarem com os cabelos aparecendo.
Apesar do país ser islâmico, hindus e budistas se misturam pelas ruas com os muçulmanos. A religião é totalmente livre para todos e vários templos são encontrados pela cidade.
Os budistas, principalmente os de origem chinesa, são em grande número e estavam devidamente amplificados pela comemoração do ano novo chinês. Todos as ruas e shoppings saudando o ano do macaco e mensagens de 新年快乐 ou gong xi fa cai ou feliz ano novo no nosso querido português. Por uma grande coincidência, o ano novo chinês (que na verdade, é ano novo lunar já que outros povos também comemoram o ano novo de acordo com as fases da lua) caiu exatamente na semana do carnaval do Brasil.
Também é muito fácil encontrar templos hindus cheios de detalhes e que te fazem sentir um pouco na Índia. Uma mistura superinteressante.
Com todas essas influências, a culinária só tem a ganhar. Vários pratos com um tempero e ingredientes bem diferentes. Para quem gosta de ser ousado na comida como eu, é uma festa. Tem cada prato mais saboroso que o outro. O meu queridinho foi o Nasi Lemak, bem popular por aqui.
Mas vamos falar agora de Kuala Lumpur, uma familiar cidade grande do Brasil. É uma cidade com zoneamento urbano caótico e com um trânsito igualmente engarrafado. Entender a cidade requer uso de todos seus sentidos. Visão, audição, olfato, paladar e tato são igualmente utilizados.
Como dito antes, a cidade tem uma miscigenação bacana, com diferentes povos e religiões convivendo, aparentemente, em harmonia e respeito. Os prédios são gigantescos e o orgulho nacional são as Petronas Towers. Concluídas em 1998, as torres eram os prédios mais altos do mundo até 2004. Hoje eles adoram dizer que são o prédio duplo mais alto do mundo. Ou seja, sempre um motivo ou critério para o ser maior.
O transporte público é bem diversificado entre ônibus, táxis (não vimos tuk tuk onde ficamos), monorail, trem e metrô. O grande problema é que cada seção foi feita por uma empresa e a integração entre as linhas é muito ruim. Para se fazer uma conexão entre uma linha e outra tem que andar bastante (numa temperatura BEM alta).
A diferença entre ricos e pobres é facilmente vista. Casebres e apartamentos caindo aos pedaços são vistos do lado de prédios lindos e apartamentos enormes.
Devido ao calor, aproveitar o ar condicionado dos shopping centers é esporte nacional. São muitos, variados, enormes e com todo tipo de preço e loja que você possa imaginar.
Kuala Lumpur está localizada na latitude de 2º acima do equador assim a sensação de temperatura e a umidade são bastante altas. Andar pelas ruas não é fácil. Um pouco como Manaus.
Então, estamos em casa ou bem longe de casa? Como diria Einstein (que não é Malaio!), tudo depende do referencial.
Onde queremos colocar nosso referencial?
4 comentários sobre “Kuala Lumpur, Malásia. Kuala Lumpur, Brasil.”
Comments are closed.
Legal o “post” Tacu.
a comida deve ser muito variada mesmo.
Comprova aí que você é ousado na comida !! Foto e descrição.
abs & bjs
Legal. Estamos pensando em fazer um post sobre comida sim.
Cê: Foi bom conhecer um pouco mais sobre KL! Vcs vão aprimorar esse tão relativo conceito de perto/longe de casa… Gosto de pensar que a verdadeira casa e um pedaço de nosso mundo interno, então vai conosco a toda parte… Como a tartaruga que carrega a sua casa casco… Aproveitem bastante essa tão diversa Ásia!
Ou seja, uma lição de relatividade mesmo 😉